quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Doce até demais

"Ela pode sentir o corpo ainda molhado e abraçado pela toalha cor de telha enquanto caminha em direção ao quarto cujas persianas chacoalham pra lá e pra cá por causa do ventilador na potência máxima.
Faz muito calor.
Os pingos da água do chuveiro se confundem agora com os de suor que neste momento lhe percorre o cenho. Ansiedade.

A roupa em stand by em cima da cama está a observar todos os movimentos afobados quando é surpreendida e apressadamente posta naquele corpo cuja pele cheira a alguma das cores do hidratante Monange.

Agora é a vez do rímel, lápis e blush se misturarem naquela face rubra e febril.

Cabelo preso? Solto, definitivamente. 

A escolha do sapato é assustadoramente terrível. A pior parte, Mesmo tendo em vista que serão eles, os primeiros a serem descartados, se é que assim pode-se dizer.

Tudo nos conformes.
Só falta colocar os fones de ouvido e a trilha sonora se torna a cereja do bolo.
Chico Buarque, como é de costume e tudo está completo.

Tudo?

Não, tudo não.
Ela ainda acha que a cereja desse bolo precisa de um chantily!"

.
.
.

Mas afinal, que papo mais maluco!
Ela lá, toda arrumada ouvindo Chico. Chantily, cereja. Heueim!
O que é isso companheira?
Pode nos explicar que furduncio todo é esse?

Ela até poderia... Usar de mil palavras cheia de prefixos, sufixos, morfemas e até quiçá onomatopéias, porque não?

Mas,
      todas essas palavras seriam majestosamente substituídas por uma só palavra,
      dotada de apenas poucas letrinhas...


Sabes de qual se trata?
Não?

É uma pena...

Pois se soubesses, suplicaria-te aos teus pés que revelasse-a agora.
Porque ela tenta descobrir a anos,
                                                 e ainda não tem a menor ideia!

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